Povo indígena inga [inka] ou ingano é um grupo quéchua, situado em áreas mais ao norte da região quéchua.

principais concentrações da língua quéchua na América atualmente.

Língua

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Os ingas falam diferentes dialetos do quíchua, que é também falada no Equador e no Perú.

História

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Alguns estudos têm proposto a hipótese sobre a origem desse grupo estar relacionada a comunidades do grande Império Inca em tempos pré-hispânicos, na missão de "guardar" das fronteiras para evitar revoltas de tribos submetidas a impostos. thumb|right|250px|1-Amazonas / 8-Caquetá / 10-Cauca / 21-Nariño / 23-Putumayo

Há outro estudo propondo que os inganos são descendentes de uma guarnição enviada pelo "supa inca" Huayna_Capac para o vale de Sibundoy e para o vale de Mocoa em Putumayo para submetar os Camsá em 1.492. Se trata de uma mitimak-kuna ou uma comunidade militar com funções agrícolas, com mercadores dedicados ao comércio externo, e com recolhimento de informações, para o Império Inca. Estes quéchuas estavam assentados no extremo norte (Chinch) dos limites do império. Com a divisão do império em 1.527 entre os seguidores de Inti Cusi Huallpa e de Atahualpa, iniciou um período de isolamento. Com a morte de Atahualpa em 1.533 e com a invasão espanhola em 1.538 no Império Inca, agravou a situação de isolamento. A união dos decendentes desta mitimak-kuna com a população Camsá na região, e expandiu até a região dos Andaquí, (no Caquetá, no norte de Putumayo, e no sudeste de Cauca), e logo extendeu vários assentamentos no noroeste do Amazonas. Segundo esta perspectiva, no final do século XV, após chegarm no vale de Sibundo e para evitar a resistência dos Kwaiker em Nariño, eles dirigiram-se para a atual região em Putumayo, onde permaneceram isolados dos outros grupos quéchuas. Mais tarde houve novas migrações para áreas de Caquetá e de Nariño. Mais tarde a espansão dos capuchinos, estabeleceu missões em seus assentamentos, provocando grande impacto em sua cultura. A Guerra Colombo-Peruana de 1.933 e a colonização militar na região, fizeram cerca de mil inganos do Alto Putumayo migrarem para outras áres visinhas, para centro urbanos e para a Venezuela provocou imigração para outras áreas. O êxodo é evidenciado pelas gerações de inganos nascidos em outras regiões e sobrevivem geralmente nas cidades na economia informal, como curandeiros, vendedores ambulantes de plantas medicinais e outros produtos curativos ou mágicos-religiosos. Também comercializam artesanato e instrumentos musicais. Trabalham principalmente em áreas de comércio popular e em menor proporção em feiras e em praças.

Locais atuais

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São principalmente encontrados na Colômbia em:
Referência geográfica Nome em português
departamento de Putumayo, principalmente no vale do Sibundoy, vale do Yunguillo e vale do Condagua > cidade de Santiago (Colombia);

> cidade de San Andrés;

> cidade de Colón;

> cidade de Chaluayaco;

> cidade de Puerto Limón;

> área de San Miguel de la Castellana na cidade de Villagarzón;

> cidade de Puerto Ospina nas margens do rio Putumayo;

> cidade de Puerto Asís;

> cidade de Yarinal;

> cidade de Puerto Umbría;

> cidade de Puerto Leguízamo;

> cidade de El Hacha;

> cidade de Concepción (Colombia);

> cidade de Calenturas;

departamento de Nariño > cidade de Aponte
departamento de Caquetá > cidade de Yurayaco;

> rio Fragua;

> cidade de Solano;

> cidade de Valparaiso;

departamento de Cauca > região sul, conhecida como Bota Caucana, por causa do seu formato de bota no mapa;

> cidade de Guayuyaco

grandes centros urbanos > cidade de Bogotá;

> cidade de Cali;

> cidade de Medelim.

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Comunidades

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Modèle:Info/Grupo étnico Os ingas são "médicos" por excelência e possuem um grande conhecimento de plantas medicinais. O yagé, planta que utilizam de diversas formas, é considerado o meio que revela o mundo temporal e o espiritual dos ingas e dos kamëntsá. É por meio do uso do yagé que os xamãs fazem contato com os criadores. O casamento representa um vínculo indissolúvel, tanto pela cerimnia tradicional, como na católica. A família de carater nuclear e o espaço fmiliar gira em torno do fogão. As moradias são do tipo de camponeses, geralmente são retangulares e com três ou quatro cômodos.

Muitos inganos itinerantes estão estreitamente ligados com a prática da medicina tradicional, que além da prática de cura e de cultivo, há trocas, entregas ou vendas de plantas medicinais ou mágicas-religiosas, mas o estudo e o intercambio com outras comunidades e outras tribos, lembra a cultura dos Kallawaya de Bolivia. O conhecimento dos sinchi (sábios), também chamados de taitas ou curacas, estão vinculados ao uso e administração da planta Banisteriopsis caapi, conhecida também como ayahuasca' ou yagé, de efeitos psicotrópicos. A importância desta planta na cultura inga implica uma importante relação com as culturas da selva, especialmente a andaquí, a cofán, a siona e a witoto. A preparação de um sinchi começa na infância, quando são escolhidos por taitas e educados nos conhecimentos da natureza, da espiritualidade, da vida, da sociedade e da medicina. Os sinchi cultivam as ervas medicinais e mágico-religiosas em chácaras com guardiães espirituais, organizadas como um microcosmos que representam às forças da natureza, o homem, a mulher, as relações sociais e as relações interétnicas.

O carnaval dos ingas começa no domingo anterior a quarta feira de cinzas, com celebração em homenagem ao arco iris e agradecimento à mãe terra. Os homens tocam flautas, trompetes e tambores, as mulheres tocam chocalhos e guizos. Dançam em fila e em círculo, inclinando e balançando o corpo. Geralmente os homens usam ponchos ou capisayos listrados com gola em "V", e as mulheres usam saias longas, blusas com cor forte e disfarces. As pessoas na terça feira se disfarçam com máscaras de madeira, sisal, metal ou papel. Representam cenas tradicionais, históricas ou lendárias e novamente dançam até culminar o carnaval na quarta feira, comendo e bebendo em abundância.

Organização social

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A descendência para os homens é patrilinear e para as mulheres é matrilinear, e o sobrenome do avô passa para o pai, que passa para o filho, e que passa para o neto e o sobrnome da avó passa para o mãe, que passa para o filha, e que passa para o neta, de maneira que o gênero determina o parentesco. O sistema de parentesco inga reconhece a hierarquia entre as gerações que se extende por toda a comunidade, concebida como uma família extensa, os maiores (tios), os iguais (primos) e menores (sobrimos). O conselho é a instituição que rege o povo inga, com um govenador com chefe. Atualmente há uma frente comum formada por três conselhos, na região de Santigado, de Santo Andrés e Colón, e de Kamsáde Sibundoy. Estes conselhso buscam encontrar soluções para os problemas de terras e definir posições conjuntas frente ao governo e instituições privads, fortalecendo a autoridade interna do grupo. O trabalho comunitário, como estradas, como pontes, como canais para drenagem, como casas, como preparar o solo, como semear, e como colher. O trabalho comunitário, com tradições que vem desde os incas e os espanhois, são de três modalidades. A minga, que troca o trabalho por comida e chicha (aguardente de milho); os divichidos, que trocam trabalho por trabalho; e os conchavos (contratos) que troca o trabalho por um valor.

Econômia

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A economia baseia-se principalmente na agricultura, principalmente no cultivo de arroz, feijão, abóbora, batata, mandioca, horaliças amendoim e frutas, sijse, e ají (pimentão pequeno picante),e em menor número a pecuária leiteira, a criação de perus, a caça e pesca para subsistência. Comercializam por várias localidades do departamento de Nariño. Muitos ingas conseguem viver do fornecimento de produtos nos centros urbanos de todo o país, retornando periodicamente para abastecer-se, consolidando uma base comercial sem perder o vínculo com o seu território ancestral. Uma característica própria dos ingas é sua ampla atividade comercial migratoria, levando-os a diferentes lugares de Colombia, Venezuela, América Central e Antilhas. Em Cali e Bogotá, por exemplo, existem comunidades ingas com Conselhos reconhecidos legalmente com autoridade própria.

Referências

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